se há coisa que eu não me canso é de observar fotografias. posso estar ali sentada durante horas, reconfortada no meu sofá. elas, as ditas, fazem-me viajar, divagar pelo definido nas formas (coloridas ou a preto e branco) de um qualquer local, permitem-me imaginar como será o resto da paisagem fotografada ou como será a vida de determinada pessoa retratada. há quem construa a sua vida com base em fotografias, meros retratos, simples passagens por locais distantes. ainda assim, essas pegadas longínquas representam circunstâncias singulares captadas, por alguém, no momento certo para que um dia as podessemos recordar, apreciar, sorrir ou, simplesmente, chorar (juntos ao luar imaginado). é como se eu caminhasse sobre a água de um certo rio, com medo de colocar os pés no sítio errado. mas neste caso, resta-me apenas simular uma interpretação, denominar os personagens, celebrar a sua história, desejar-lhes sorte na sua vida. sim, porque por de trás de cada fotografia há uma história, tal como em cada rosto. depois é balançar-mo-nos ao sabor do silêncio, característico de momentos de meditação profunda e emocional.
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