Do riso.

Ontem passei parte do meu serão a ver um programa sobre o riso. Sim, sobre o que leva as pessoas a rir. Durante o programa várias pessoas ilustres do humor português, escritores, realizadores e até psiquiatras debitaram as suas opiniões sobre o que leva os comuns mortais a rir. Ficou-me gravada, sobretudo, a opinião do psiquiatra. Ele disse que muitas vezes pessoas com doenças terminais chegam ao seu consultório para serem tratadas, pessoas essas que basicamente não tendo cura, pretendem viver os seus últimos dias com o mínimo de bem estar. Pois bem, o psiquiatra disse que a forma de tratamento para estes doentes terminais é despertando o riso. 

E, agora, a minha opinião: sabendo nós que vamos morrer agora, ou daqui a 10 anos, de que vale pensar muito nisso? Todos nós vamos morrer um dia. Esta é uma verdade que não podemos negar. Sorrindo vamos desencadear fenómenos no nosso organismo (os ditos dos neurotransmissores do bem-estar) que nos vão possibilitar viver mais felizes. No entanto, sabemos que o que nos causa o riso e, consequentemente, os sorrisos, são as coisas caricatas, as coisas absurdas, que fogem à comum realidade. É que se pensarmos bem... tanto a comédia, como a tragédia... acabam por estar intimamente próximas. Ora se for uma senhora, cheia de si, na rua, com uns brutos sapatos altos e, de repente, tropeçar e cair não me digam que não desatariam a rir. Politicamente não é correcto (mas tem graça), no entanto, é também aqui que a tragédia e a comédia se enlaçam.