sábado, 10 de julho de 2010

Ontem chorei que nem uma desvairada

Decidi-me e alterei o aspecto do blog. Acho que até ficou interessante, se bem que não estava mal. Agora está mais doce. As cores pastel ajudam também. Este é um espaço onde relato, com alguma cor, o que me vai na alma, o que penso, o que vejo, o que sinto.

Mas... indo ao encontro do título do post. A verdade é que ontem chorei que nem uma desvairada... e o mais giro foi o motivo. Estava a ver um programa de televisão que falava da vida depois da morte. Provavelmente, estão a ver qual foi o programa. Pronto, riam-se à vontade, chorem baba e ranho a rir. Emocionei-me de tal forma que não conseguia parar de chorar, as lágrimas corriam, e eu imaginava o que diriam no meu caso, ou seja, relativamente aos [meus] que já partiram. Talvez fosse importante ouvir as suas palavras, sentir um último toque, dizer um último adeus, um adeus mais decente ou, até mesmo, mais profundo. (Bem, mas isto é a minha parte emocional a trabalhar.)

Depois... veio o meu lado racional. É certo que a nossa existência deixa marcas. É certo que quando a nossa matéria se vai, fica o nosso espírito, ficam pequenos pormenores que cá deixamos, pequenos toques que nos caracterizam, que provam a nossa existência. Restam as pequeninas coisas que cá deixamos, os nossos objectos, as nossas roupas, o nosso cheiro (que a pouco e pouco desaparece), os nossos livros, a nossa caligrafia, os nossos gostos. Criam-se fortes laços e amizades, deixam-se familiares e amigos, por vezes, até casos [muito] mal resolvidos. Se bem que umas pessoas deixam uma marca mais acentuada do que outras.
Todavia, uma coisa é certa, todos nós somos pessoas importantes e singulares, que apesar dos nossos actos, bons ou maus, permanecemos fisicamente nalguma coisa, nem que seja numa pequena fotografia, guardada numa gaveta do móvel antigo escondida no escuro do sótão. É disto que falo quando digo que deixamos uma marca, um vinco singular.

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