Há dias em que me apetece tanto escrever. Outros nem por isso. Hoje parece ser um daqueles dias em que a vontade de escrever é grande. No entanto, não há muito tempo para isso. Ou, até pode haver. Sei que tenho que fazer uns exercícios para o exame de sexta, tenho que pôr as leituras em dia sobre o MRI (convinha ser ainda hoje), iniciar o estudo para a outra cadeira. Juro que gostava que o meu dia tivesse 48 horas! Eu sou lentinha a fazer as coisas e gosto de fazê-las com muita calma. Além disso, gosto de fazer as minhas pausas (longas).
Falando noutras coisas. Hoje vi o programa da sic, o alta definição, apresentado pelo Daniel Oliveira. Hoje o moço entrevistou o Reynaldo Gianecchini, o homem que quase toda a gente falou durante esta semana. Eu fiquei surpreendida com o que ele disse na entrevista. Tenho em mente que a fase pela qual ele passou ajudou-o a encarar a vida com outros olhos, com outra perspectiva. Se antes lhe achava piada pela beleza exterior e por ter feito um papel principal numa telenovela que eu devorei há uns bons aninhos atrás (Laços de Família), tinha eu uns 6 anos ou menos, hoje acho-lhe graça mas por outros motivos. Ele fala maravilhosamente bem sobre a vida. Tem os pés bem assentes na Terra, tem a cabeça no lugar, tem uma tranquilidade permanente, tem um sorriso encantador. Gostei muito de o ouvir falar sobre a sua experiência, sobre a doença, sobre os medos que sentiu e sobre os que possivelmente ainda sente. Ele disse tantas coisas com as quais eu concordo. Ficaram-me várias frases e ideias gravadas na memória. Ele disse que não devemos demonstrar muitas expectativas pelas coisas, pelas pessoas, pela vida. E, de facto, é verdade. Certamente deveremos lutar por aquilo em que acreditamos. No entanto, a expectativa cria ansiedade, nomeadamente, por alcançar algo que não se tem, cria um desequilíbrio interior. E tudo o que mexe com o nosso equilíbrio, mexe com os nossos sentimentos, mexe com o nosso comportamento. O cancro deu-lhe uma perspectiva melhor para viver o tempo que ainda lhe resta, deu-lhe mais força, mais coragem, mais tranquilidade, mais sinceridade. Fez-lhe crer que a vida é uma passagem tão pequena, que a importância de vivê-la bem é o mais importante de tudo. Gostei!
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