Escrevo-vos directamente do meu ipad. Não sei bem o que hei-de dizer. Aqui vai... Hoje assistimos à notícia da morte do actor Pedro Cunha, pensa-se que se tenha suicidado. Não sei bem o que o levou a tal acto. A dor que sentia deveria ser, com toda a certeza, muita. Isto para vos dizer que a vida é tão grata, quanto ingrata. Tudo depende da perspectiva com que olhamos para o nosso caminho. Dizia-se que este rapaz era super focado na sua carreira, fazia tudo para alcançar os seus objectivos. Não terá sido a sua ambição de vencer para si próprio que ditou o seu fim? Até que ponto devemos exigir de nós? Até que momento devemos de lutar pelo nosso sucesso? Eu diria que há um meio termo para tudo. Todavia, só quem se encontra na situação é que sabe. Eu se visse aquele rapaz de 33 anos, mais velho 11 anos do que eu, na rua... Acharia-o bonito, jovem, talentoso, feliz. Não apontaria para a sua infelicidade. A verdade é que cada um de nós é um mar de sentimentos, alguns ocultos, escondidos na sua essência.
Não sei o que leva uma pessoa ao suicídio, mas compreendo a pressão que por vezes sentimos. A vida às vezes fecha-nos num labirinto de emoções que nos abafam e nos tiram a vontade de viver. Mas há tanto para viver! Tanta gente, tanto país, tanta cultura! É certo que há também miséria em pobreza, miséria em dignidade, miséria em valores!
Há que encontrar em cada um dos nossos dias uma luz que nos guie. Um ponto luminoso que nos agarre à vida. Temos que nos prender às boas energias. Temos que nos cultivar uns com os outros, ou simplesmente, sozinhos... Nos nossos momentos.
A vida é muito mais que ambições desmesuradas. A vida é o amor dos nossos pais, dos restantes familiares, amigos, companheiros. A vida é dura, mas vale a pena. Temos que nos agarrar a alguma coisa que nos faça continuar... Mesmo quando sentimos que estamos a dar as últimas. A perfeição não existe, o amor é o sentimento mais perfeito de união. E nos nossos dias precisamos de união mais do que nunca... Porque sozinhos não somos nada.